Falar sobre o “Portalegre” é sempre reviver a nossa própria história. É ao mesmo tempo memória, mito e paixão. O meu primeiro contacto com a prova foi logo na primeira edição. O meu pai estava a participar de moto “a meias” com o meu tio e a assistência era a família: eu, a minha mãe, a minha irmã e a minha tia. Do mais profissional que há! Um segurava no funil, outro metia gasolina, outro limpava os óculos... Lembro-me que acabaram a prova já bem de noite!
Desde essa altura, a ida à Baja de Portalegre passou a ser um dos momentos imperdíveis de cada ano. Aquele ambiente fantástico com milhares de pessoas, que quando estamos lá dentro nos aparecem em sítios incríveis, a quantidade de pessoas que se junta naquelas zonas mais conhecidas dando um colorido magnífico esteja sol ou chuva, são cenários que vão muito para além de qualquer imaginário que se possa fazer antes de lá se ter estado.
Já estive várias vezes a ver a prova do lado de fora, mas confesso que gosto bem mais de a ver do lado de dentro. A minha primeira participação em quatro rodas foi em 1999, com um Nissan Terrano II. Outros tempos. Mas antes disso e poucos dos que me conhecem mais recentemente o saberão, já tinha participado por duas vezes de mota em meados dos anos 90. Que aventura!
Um dos aspetos que tornam o Portalegre muito apetecível é que a sua dureza, a variação das condições meteorológicas e a longa quilometragem trazem à competição um equilíbrio onde o fator humano passa a ter maior preponderância e isso permite-nos ambicionar mais apesar de às vezes termos menos.
Esta será a minha 15ª participação numa corrida onde tenho alguns dos meus melhores resultados e também das minhas melhores prestações. Já tenho um segundo lugar, um terceiro… se sonho um dia ganhar Portalegre? Claro que sim, mas não será fácil.
Enquanto os sonhos não pagarem imposto…