Os Estados Unidos da América (EUA) decidiram suspender a aplicação das tarifas recíprocas por 90 dias, bem como uma redução daqueles direitos aduaneiros durante três meses. A medida já levou a União Europeia a suspender, também por 90 dias, tarifas que iria aplicar como forma de retaliação.
"Autorizei uma pausa de 90 dias e uma redução substancial das tarifas recíprocas durante este período, com efeitos imediatos”, escreveu Donald Trump, na Truth Social.
No entanto, os EUA mantêm em vigor uma tarifa-base de 10% sobre todos os países.
Donald Trump justificou a medida com o facto de mais de 75 países terem convocado representantes da administração norte-americana para negociar. A favor desses países, segundo Trump, esteve a decisão de não retaliarem "de forma alguma" contra os EUA.
A pausa anunciada visa mais de 60 países, incluindo os Estados-membros da União Europeia.
De fora ficou a China, que perante o primeiro anúncio norte-americano retaliou com uma tarifa de 34%, que rapidamente subiu para 84%, sobre os produtos dos EUA que entram na China. Inicialmente, Donald Trump anunciou uma tarifa adicional sobre os produtos chineses de 50%, mas à medida que a China retaliava Washington foi subindo a sobretaxa, primeiro, para 104% e, mais tarde, para 145%.
"Espero que em algum momento num futuro próximo, a China perceba que não é sustentável nem aceitável aproveitar-se dos Estados Unidos e de outros países", escreveu o presidente dos EUA.
A suspensão visa somente as tarifas recíprocas. As tarifas setoriais anteriormente anunciadas sobre as exportações de aço e alumínio e automóveis para os EUA continuam a vigorar.
A UE aprovou, na quarta-feira, por maioria, a aplicação de tarifas de 25% a produtos norte-americanos, em resposta às tarifas aplicadas pelos EUA ao aço e alumínio europeus. Mas com o anúncio de "pausa" de Trump, também a Comissão Europeia decidiu suspender por 90 dias a aplicação de tarifas de 25% sobre os EUA.
"Tomámos nota do anúncio feito pelo Presidente Trump. Queremos dar uma oportunidade às negociações. Enquanto finalizamos a adoção das contramedidas da UE, que receberam um forte apoio dos nossos Estados-Membros, vamos suspendê-las durante 90 dias", escreveu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na rede social X.
"Se as negociações não forem satisfatórias, as nossas contramedidas entrarão em vigor", alertou a líder do executivo comunitário.
Em Portugal, a propósito das tarifas recíprocas norte-americanas, o Governo deverá anunciar, nos próximos dias, medidas para mitigar o impacto na economia nacional.
Nos dias 8 e 9 de abril, o ministro da Economia, Pedro Reis, reuniu-se com associações empresariais de diversos setores para avaliar "o impacto e as medidas de mitigação".
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